Sou da geração do "Manda quem pode, obedece quem tem juízo". Este adágio popular utilizado largamente nas décadas de 70 e 80, acabava sendo uma velada ameaça aos que ousavam não obedecer. Vivíamos os anos de chumbo e depois uma lenta distenção, fruto do golpe militar de 64.
Talvez isso explique meu fascínio pela função de liderança e as relações de poder que se estabelecem, tanto nas relações familiares quanto nas do mundo corporativo. E de tanto observar líderes e chefes (estes na maioria), pude concluir que o exercício da liderança é atributo de poucos e passa pelo que chamei das sete competências essenciais.
Tudo começa pelo COMPROMISSO e por respondermos a uma pergunta da verdade! Escolho ser líder pelo serviço e pelo propósito ou gosto do status e do poder que esta inserida na função ? Então, exercendo o ofício como missão, o líder tem que aperfeiçoar sua COMUNICAÇÃO, para que esta seja clara e direta, ter o atributo da CONFIANÇA, acreditando que a única forma de tornar um homem confiável é confiando nele. Entender que embora tenha que estar atento, a maioria das pessoas praticam o bem e que os melhores liderados são os que precisam pouco dos chefes para realizar o seu trabalho.
O Líder tem que desenvolver seu trabalho com SIMPLICIDADE, que deve passar a ser seu estilo de vida, evitando criar dificuldades para depois vendê-las em forma de facilidades. Saber dar LIMITES, mostrando que hierarquia e disciplina são ótimos atributos para a convivência, se usadas adequadamente. Por fim, praticar a AMOROSIDADE, tanto pelo seu trabalho "Goste do que faz para não precisar trabalhar", quanto pelas pessoas, entendendo com compaixão, as vulnerabilidades e a área de sombra de nós, seres humanos.
Então, comprometido com a missão, se comunicando com clareza, sabendo dar limites e sendo simples, confiável e amoroso, ele está pronto a exercer a sétima competência, que é ser um Líder de RESULTADO. Resultados que devem ser de bolso, mas também de alma "A gente não quer só comida".
E aí? Você é um Líder 100%? Se ainda não, tudo bem. O importante é entender que o exercício da liderança é um processo contínuo de aprendizado que muitas vezes perpassa uma vida inteira; aprendemos até no leito da morte. Exercício que começa quando você entende que ser o cacique ou o chefe é mera prerrogativa administrativa, de pouca relação com ser legitimado ou não, e quando você entende que, como disse Lao Tzé, "Liderança é melhor quando eles dizem, nós o conseguimos". Conquistas estas que na maioria das vezes, tem pouco a ver com coisas, como obediência ou juízo.
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